Se você não sabe pra onde quer ir, tudo bem. Se pelo menos souber o
que não quer para a sua vida já é meio caminho andado. Eu sei o que não
quero de forma alguma, assim, já elimino muita coisa. E muita gente.
Chega de se lamentar. Se a sua vida anda ruim, desculpa, mas não
tenho nada a ver com isso. A minha vida também é cheia de problemas, mas
eles são meus. E você não tem nada a ver com isso. Você não tem nenhuma
responsabilidade, nenhuma culpa, nada. Não tenho que te cobrar coisa
alguma, pois minhas cagadas e acertos só dizem respeito a mim. Se eu
faço alguma coisa que te afeta e te fere, me perdoa. Não tenho a
intenção de magoar ninguém com meus atos. E se de vez em quando isso
acontece, faz parte da vida. Inevitavelmente, magoamos pessoas.
Inevitavelmente, esperamos coisas e atitudes das pessoas.
Inevitavelmente, existe a frustração. E temos que aprender a conviver
com ela pra tentar ser feliz.
De vez em quando cansa ser adulta, dá uma vontade louca de fazer as
malas e voltar para a casa da mãe e do pai. E ficar lá, acolhida
naquele mundo onde nada atinge e abala, onde a maior preocupação é a
menina da escola que me chamou de boba, feia e chata. Então eu penso:
não. Uma hora a gente tem que olhar nos olhos dos medos. E andar pra
frente. Sem atalho, sem muleta, sem abrigo. Porque a vida é o que
acontece no intervalo dos nossos medos. Eles nos petrificam, nos
transformam em múmias. É só quando a gente acorda, anda, se mexe, manda
eles embora que a vida de fato surge pelos buracos da fechadura.
Sempre pensei que todo mundo tem uma missão. Ninguém vive por
viver, nasce por nascer, morre por morrer. Você tem uma missão e deve
tentar cumprir tudo o que “está escrito” da melhor forma possível. Mas a
gente não sabe o que está escrito. Temos que tentar adivinhar todo o
santo dia. É por isso que existe a intuição: ela nos leva para onde
devemos ir. É por isso que a gente deve seguir o que o coração diz: ele
sempre está certo.